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11/10/2016 - André Navarrete
Ventos que movem moinhos
Folha de PE

Os ventos da eleição de prefeitos e vereadores já sopraram em parte do Brasil, modificando o mapa do poder no país. Em outras capitais, como Recife, ainda haverá uma segunda rodada.
Vencedores comemoram, derrotados lamentam e criticam as escolhas dos eleitores, mas, sinto muito, ambos estão errados. O mundo está mudando rapidamente e nem em sonhos conseguiremos imaginar de que forma a economia, os transportes, a segurança, o emprego, a saúde, a educação e a tecnologia estarão dentro de 10 anos.
Os carros autômatos ganharão espaço expressivo no mercado? A violência será finalmente controlada?
Difícil dizer agora. O que podemos afirmar com certeza é que aplicativos continuarão ditando o ritmo das mudanças, derrubando a ‘velha e a nova economia’, que cederá lugar à ‘novíssima forma de fazer negócios’.
Nunca foi tão forte aquela visão de que nada será como antes. Não será, podem apostar. Então, o que prefeitos, vereadores e eleitores deveriam fazer, com urgência, seria repensar a vida em sociedade. Nossas cidades são atrasadas, discricionárias, lentas, perigosas e não propiciam uma vida feliz à maioria de seus cidadãos.
As escolas são antiquadas, pesadas, nada atraentes para crianças e jovens contestadores e cheios de novas ideias. Muitos deles nunca serão adultos bem-sucedidos por falta de compreensão de quem deveria estimulá-los a crescer e a se desenvolver.
Em megalópoles como São Paulo e Rio de Janeiro, as pessoas perdem horas – literalmente – no trânsito para chegar e voltar do trabalho. Um desperdício da existência, pois esse tempo poderia ser mais bem utilizado no convívio com a família, os amigos e no lazer.
Precisamos criar um ambiente favorável ao empreendedorismo e à inovação.
Se pudesse propor algo aos eleitos e aos que vencerão no segundo turno, é que façam mais Portos Digitais e menos politicagem. Que criem escolas agradáveis e fora dos padrões antigos. Que reúnam as mentes mais brilhantes para discutir uma rede integrada de saúde, com dados que economizem tempo e melhorem o atendimento aos brasileiros.
Há uma infinidade de sistemas inteligentes que poderiam acelerar as mudanças positivas na saúde. Embora o desemprego seja assustador, da ordem de 12%, faltam profissionais talentosos, inovadores, criativos e ousados, com vontade de jogar de cabeça para baixo as estruturas falidas, arcaicas, paternalistas e preconceituosas de lidar com os desafios do mundo.
Comece mudando sua cidade. É assim que se melhora o planeta.
* Presidente do Optimize Group e do Grupo de Gestores de TI (GGTI); vice-presidente da Associação dos Usuários de Informática e Telecomunicações de Pernambuco (Sucesu)

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